segunda-feira, 6 de abril de 2009

Garapa: a realidade de muitos

Seria mais uma entre tantas, mas não foi. Naquela tarde de sábado, assisti a um documentário, que me marcou muito. Foi um soco no estômago. Assisti a cenas de muita tristeza e covardia.

O documentário de José Padilha, Garapa, conseguiu me transportar a um universo diferente e distante.

Jamais conseguiria, ou pelo menos, chegaria próximo do que aquelas pessoas da Comunidade de Santa Rita, no Estado do Ceará, sentem. São famílias sofridas, pela dor de suas fomes.

Histórias reais, de um Brasil desconhecido, negligenciado. Padilha nos mostra detalhes da realidade dessas pessoas que sobrevivem com muito pouco, na busca incessante por alimentos. Os dias são angustiantes e longos. Eternos!

Não há esperança de um novo amanhã. As horas passam lentamente, e fome surge como um animal voraz, incontrolável.

O arroz, o feijão e a farinha são divididos entre o almoço e a janta. Quando se almoça, não se janta, e vice-versa. Não se tem escolha. E a garapa engana a fome dos mais fracos, e dos que mais sofrem, as crianças.

O filme discute não só o problema da fome, como também questiona esse Estado, do qual fazemos parte, por se apresentar omisso diante dessa realidade.

Não podemos mais permitir que isso ocorra. A mudança deve começar aos poucos. Cabe a todos nós, perceber que essa realidade está ao nosso lado, na rua em que moramos, no bairro em que vivemos, e em nossa cidade. Devemos olhar ao lado, notar o que acontece ao nosso redor.

Estou cansada de esperar do outro, o que eu deveria fazer. Cada um de nós, tem uma responsabilidade. Não a de mudar o mundo, porque seria impossível, mas a de transformar a nossa realidade, seja através de ações ou atitudes.

É isso...

Um comentário:

João Luis Pinheiro - Jornalista, escritor e poeta disse...

Muito bom dona Carina! É o que eu sempre digo: a tão sonhada mudança que queremos, começa ali, ao nosso lado, próximo de nós. Em nosso bairro, em casa, na sala de aula. Não adianta querer mudar o mundo sem mudar o que está perto de nós.

Beijos
João